As necessidades espaciais do homem

  • Jul 26, 2021
click fraud protection
As necessidades espaciais do homem

O arquiteto constrói edifícios que o ser humano irá habitar e requer, portanto, conhecer todas as necessidades espaciais que o ser humano possui para que esses espaços sejam completos.

Ao realizar esta ação, mais do que construir paredes, tetos, portas e janelas, o arquiteto constrói os lugares onde viverá um homem, uma família, uma sociedade. Que não são constituídos apenas pelos tijolos das paredes, mas também pelos desejos, experiências, desejos e todas as manifestações culturais do homem e da sociedade. A busca de espaço para viver É um fato natural para todos os seres vivos, porém, para o homem, o espaço tem uma característica diferente, não só é o que a própria natureza oferece, mas também é algo significativo. O espaço que é habitado não existe apenas naturalmente, existe também na mente do ser humano. O espaço habitável adquire realidade na medida em que a humanidade vive e se desdobra geograficamente, em torno do que a natureza lhe oferece e transforma ao lhe dar um novo conteúdo.

Neste artigo do PsychologyOnline, falaremos sobre as necessidades espaciais do homem.

Você pode gostar: Um homem violento pode mudar?

Índice

  1. Ideias sobre necessidades espaciais
  2. Reflexões
  3. Circunstâncias que geram a necessidade
  4. Relação entre o espaço físico e o conceito de necessidades espaciais
  5. Conceitos sobre necessidades
  6. Sobre a arquitetura
  7. Pensamentos finais

Idéias sobre necessidades espaciais.

Essa criação do espaço habitável ocorre na medida em que o ser humano se desloca entre a natureza em busca dos que satisfazem suas necessidades e identifica as características do lugar por onde andar; armazenando essa informação em sua memória e atribuindo a cada site uma interpretação. É a partir do significado, do conteúdo que os sites possuem, que não só se delimita a identidade do próprio indivíduo, mas também o espaço.

Vamos explicar melhor essas idéias.

Ao falar de espaço surgem diferentes conceitualizações desta ideia, Cassirer, por exemplo, aponta as diferenças entre o espaço orgânico, que é determinado pelas necessidades biológicas de cada ser espaço de vida, e espaço abstrato, aquele que é desenvolvido pela reflexão humana, que tira suas qualidades do mundo natural para formular Ideias.

Dentro deste espaço é indicado um nível prático, o de identificação de localizações imediatas, o da vida diária. Ele também identifica o espaço perceptivo, como uma característica de animais superiores e decorrente da experiência sensorial, ótica, táteis, acústicos e cinéticos, todos esses estímulos se combinam para dar uma imagem do espaço perceptivo.

Há mais uma categoria levantada por Cassirer, a do espaço simbólico, fruto da memória e desenvolvido por meio da linguagem, condição que favorece a aceitação do espaço e que é gestada a partir de diferentes experiências espaciais na sociedade.

Ao considerar essas reflexões, Cassirer aponta que o homem requer o desenvolvimento de um senso de espaço A existência humana é o que é apenas em relação a um espaço. A existência é espaço ().

A espacialidade é um definição essencial da existência humana esta ideia é amplamente explicada no texto de Fiedrich Bollnow intitulado "Homem e espaço" (). Aqui o autor explica que convém não confundir a experiência do espaço como experiência psíquica com a existencial. A expressão do espaço vivido tem a vantagem de indicar que não é algo psíquico, fruto de uma experiência momentâneo, mas do próprio espaço, da imagem que se adquire vivendo nele e com ele, do espaço como meio de vida humano.

A existência humana é o que é apenas em relação a um espaço. A existência é espaço, Bollnow aponta categoricamente.

As necessidades espaciais do homem - Idéias sobre as necessidades espaciais

Reflexões.

Ao fazer essas reflexões sobre o espaço, ele aponta que a referência a essa condição espacial não significa que o homem, assim como todo o seu corpo, preencha um uma determinada área, que ocupa um volume (), expressa mais, indica que o homem está circunscrito em sua vida sempre e necessariamente por um espaço que rodeia.

“O espaço não se reduz às simples relações geométricas que estabelecemos como se, limitados ao simples papel de espectadores curiosos ou cientistas, estivéssemos fora do espaço. Vivemos e agimos dentro do espaço e nele tanto a nossa vida pessoal como a vida coletiva da humanidade se desenvolvem "()

“A vida se estende no espaço sem ter uma extensão geométrica em seu sentido próprio (). Para viver, precisamos de comprimento e perspectiva. Para o desenrolar da vida, o espaço é tão essencial quanto o tempo "

Essas reflexões apontam para a importância do espaço no homem, visto que um e outro são indissociáveis. Somente na medida em que exista a possibilidade do espaço o homem existirá, isto é, somente na medida em que houver espaço. possibilidade de que os humanos possam implantar em torno deles as ações necessárias para satisfazer suas necessidades serão capazes de existir como tal. O espaço torna-se assim a forma geral da atividade humana.

Como criador e implantador do espaço, o homem não é necessariamente apenas a origem, mas também o centro permanente do espaço. Mas isso não deve ser simplificado concebendo como se o homem carregasse consigo seu espaço - indica Bollnow - como o caracol sua casa, mas faz todo o sentido quando é dito reflita cuidadosamente que o homem se move "em" seu espaço, onde, conseqüentemente, o espaço é algo fixo em relação ao homem, algo dentro do qual os movimentos humanos são realizados ()

Assim pois, a espacialidade da vida humana e o espaço experiencial do homem eles correspondem em uma correlação estrita.

Do espaço humano em geral, da qualidade que os objetos adquirem na relação que se estabelece entre eles e o homem, é necessário distinguir entre espaço arquitetônico, o primeiro representa a totalidade da área onde todos nos encontramos, é o espaço natural que tem limites do que pode ser percebido. Já o espaço arquitetônico representa a construção do edifício, a formação de um espaço, mas não mais de forma natural, mas artificial. Criado pela as necessidades do homem sob sua inventividade.

A importância de integrar a concepção de homem no espaço é fundamental para a arquitetura, pois é através da forma particular de moldando o espaço como diferentes eras na humanidade podem ser identificados Villagrán desde 1939 explicou o acima da seguinte forma:

" a construção para o homem considerada em seus aspectos totais, integralmente constituída, foi objeto de arquitetura em todos os tempos: este O integralismo constitui o barômetro das arquiteturas: quando uma época mutila o homem em suas obras, ignorando-o em qualquer de seus aspectos, seja Ao conceder-lhe apenas uma ideia ou apenas matéria orgânica, surge a reação natural: contra o tradicionalismo helênico na Alemanha e o ogival na França, o efêmero "art nouveau" do início do século, prelúdio do movimento contemporâneo cujas raízes ideológicas estão, felizmente, no desenvolvimento histórico da a humanidade.

O homem constrói para si o ambiente permanente no qual realiza todas as suas atividades, por isso o homem constitui o centro e a medida de sua própria obra: a arquitetura ”. ()

As necessidades espaciais do homem - Reflexões

Circunstâncias que geram a necessidade.

Tão marcado a importância do espaço é preciso dar lugar à explicação das necessidades espaciais de forma mais precisa. A princípio, para iniciar a explicação de seu conteúdo, deve-se destacar que surgem do cotidiano ao comer, dormir, vestir-se, morar junto. Todas essas atividades respondem a necessidades, que se baseiam em requisitos biológicos e psicossociais. Necessidades que não podem ser especificadas não podem encontrar a sua solução, sem que o homem tenha um espaço, o que não significa que o espaço tenha o mesmo conteúdo para todos os seres humanos. Pelo contrário, o necessidades espaciais surgem da busca por lugares() que o homem se transforma em locais atribuídos a um propósito e com qualidades específicas. Especificidade que surgirá da dinâmica psicossocial que cada indivíduo vive em sociedade.

Todos nós precisamos comer, por exemplo, mas nem todos comemos da mesma maneira ou dormimos da mesma maneira. Basta fazer uma contagem dos amigos mais próximos para perceber que existem diferenças nos nossos espaços, fruto das diferentes formas de viver. Nem todo mundo gosta de comer e fumar, e nem todo mundo gosta de dormir acompanhado de música. Quantos podem dormir sem travesseiro? Ou quantas você precisa de uma cama especial para que seu quarto seja agradável e confortável? Cada uma dessas preferências será irremediavelmente refletida no espaço.

São essas circunstâncias psicossociais, condicionadas pela contexto social, econômico, ideológico, tecnológico e biológico, aqueles que irão determinar a manifestação das necessidades espaciais e darão conteúdo ao ambiente através das diferenças de tempo e geografia.

As necessidades espaciais do homem - Circunstâncias que geram a necessidade

Relação entre o espaço físico e o conceito de necessidades espaciais.

Ao pesquisar o mais satisfatório das necessidades O ser humano encara a dinâmica do ambiente social, ambiental, natural e até mesmo a sua própria dinâmica pessoal como forças que o orientam para um determinado meio, em direção a um espaço, para que as necessidades humanas não encontrem sempre a sua solução da mesma forma, pelo contrário, esta dinâmica permite encontrar uma infinita variedade de possibilidades de ser que, no entanto, têm como denominador comum que são diferentes formas de manifestar necessidades humano.

Essa é a riqueza humana. Em sua infinita capacidade de interpretação e proposição, busca uma forma de sobreviver, adaptando-se de diferentes formas ao meio ambiente, propondo soluções que, a partir de princípio São únicos, individuais, mas que quando partilhados e aceites pelos membros do seu grupo, formam uma cultura, uma linguagem com a qual garantem a subsistência de todo o mundo. Linguagem que não se compõe apenas de sons ou signos gráficos, o espaço em que se vive em sua totalidade expressa uma mensagem.

Desse modo, ao observar uma relíquia arqueológica, uma manifestação cultural, não só as qualidades estéticas que possuem são observadas, elas são Também observa o desenvolvimento tecnológico, a forma de interpretar o mundo, os valores que dominavam o meio ambiente, enfim, a forma de viver de um Cidade. É claro que essas qualidades não surgem do aspecto material imediato dos objetos, são algo mais intrínseco, o resultado das interações humanas com os próprios objetos.

Essas circunstâncias são explicadas pelo Arq. Vargas (1991) como segue:

“Se levarmos em conta o que Hegel já havia estabelecido e anexarmos a reiteração de Marx, não será difícil entendermos que, na verdade, os objetos são "portadores", "depositários", mensageiros ou repositórios das relações de produção segundo as quais são produzido ...

O fato de que os espaços arquitetônicos são construídos com materiais de construção e que, à primeira vista, suas formas de pedra parecem ser tão inanimados quanto os seus, levou, em muitos casos, a ignorar a distância substancial entre um e outro. outras.

Desta forma, foi esquecido que, ao contrário dos objetos naturais inanimados, nas obras arquitetônicas ele toma forma e toma forma. tangível a ampla e variada gama de desejos e aspirações, expectativas e ilusões e até caprichos de todos os tipos, que os grupos organizações sociais e indivíduos que participam de sua realização esperam ver refletidos neles ou consumados em seu fim (suas necessidades de habitabilidade).

Sim, os produtos humanos são de natureza muito diferente. A intenção que promove e modifica tanto a forma e disposição dos materiais naturais como os novos espaços que cria com eles, adere a ambos e os faz adotar a dimensão espiritual da comunidade que lhes deu novos tempo de vida. O espírito humano está corporificado! São um espírito materializado que obriga as pedras a assumirem outra dimensão, uma dimensão social que originalmente não possuíam. São pedras humanizadas que fazem parte de um mundo novo: aquele que o homem produziu à sua imagem e semelhança.

E é a presença permanente desse espírito em todo o processo de produção da arquitectura, que lhe permite imprimir o seu significado particular em cada um dos seus produtos. Por isso, longe de desaparecer das obras depois de concluídas, ele permanece nelas, impregnando-as de sua matriz. Graças a isso é possível ligá-los à espiritualidade humana particular que os motivou a realizar e da qual são testemunho. Genericamente, chamamos esse caráter especial das obras humanas de sua "dimensão social". Dimensão social da Arquitetura que emana fundamentalmente desse fato e não apenas do fato de vários grupos, setores ou indivíduos terem participado mais ou menos diretamente da sua realização.

A produção social dos espaços habitáveis, expressa na sua dimensão social, faz da Arquitetura, seu produto, um objeto espiritualizado, tal como Hegel a propôs; conforme endossado por Marx.

Desse modo, as expectativas que antecedem a produção das obras realizadas pelo ser humano funcionam a respeito delas como sua causa, como sua "programa", como o feixe de motivos que impulsiona a sua realização e, simultaneamente, como o propósito que se espera que seja alcançado com eles uma vez finalizado. E por si só entende-se que todos eles. A arquitetura incluída pode ser compreendida e valorizada apenas por meio da reconstrução mental do "programa" que os tornou possíveis. " (fim do compromisso)

As necessidades espaciais do homem - Relação entre o espaço físico e o conceito de necessidades espaciais

Conceitos sobre necessidades.

Assim então, ao se tentar estudar os níveis de habitabilidade ou as diferentes demandas dos espaços, perceber-se-á que estas dependem da forma como as necessidades dos mesmos são levantadas.

Para tornar o conteúdo das necessidades mais explícito, listaremos a seguir algumas das características das necessidades humanas e vamos refletir sobre suas implicações espaço.

Em primeiro lugar: As necessidades sempre existiram, só mudam com o tempo e o espaço, são condições, demandas internas ou demandas de cada indivíduo e sociedade decorrentes de seu patrimônio psicossocial e biológico.

O fato de sempre terem existido não significa que sempre foram iguais ou que são iguais hoje e ontem. Em princípio, a característica biológica do ser humano sugere necessidades comuns não só aos homens, mas a todos os seres vivos, mas na medida no fato de sermos seres pensantes e com cultura, pode-se observar como as necessidades mudam em seu conteúdo, dando a possibilidade de gerar necessidades. novo.

Em segundo lugar: Necessidades são impulsos ou motivos que impulsionam o ser humano a realizar uma atividade. Essa demanda constitui uma força ou impulso interno que gera a busca de satisfação, resposta ou solução à demanda.

Em terceiro lugar: As necessidades não ocorrem no abstrato, mas em condições específicas. Eles têm um meio de vida material. A direção e a meta alcançadas a partir do impulso gerado pelas necessidades ocorrem em um tempo e espaço específicos.

É importante destacar essa ideia, pois muitas vezes parece que as pessoas querem e fazem algo só porque. No entanto, mesmo quando não há plena consciência do porquê, a realidade é estruturada e o desejo surge dentro da cadeia de eventos que cerca o momento da decisão.

Assim, por exemplo, é curioso observar como, entre aqueles que compartilham experiências, surge repentinamente um gosto semelhante pelas coisas.

Claro, isso não se pretende negar a possibilidade de inovação e a genialidade da proposição, o que seria motivo para um análise diferente, apenas tenta destacar o que acontece dentro da sociedade e o pensamento comum dos indivíduos.

Em quarto lugar: Dentro da ordem de ideias indicada acima, é importante observar que o surgimento e o desenvolvimento das necessidades ocorrem a partir de De forma organizada, as condições do ambiente físico, social, político e econômico determinam as formas que precisa. Essas forças organizam a ação. As ações dos indivíduos não são fortuitas ou caóticas, a direção da força é precisa, ela é dirigida a um fim.

Em quinto lugar: Também é importante notar que o surgimento e a satisfação das necessidades depende do possibilidades tecnológicas, econômicas e até ambientais em que o indivíduo e a sociedade se encontram seu conjunto.

Sexto: Um fato interessante a ser destacado é que as necessidades vêm acompanhadas de sentimentos e emoções, satisfazendo-os ou não produzindo efeitos diversos.

Em sétimo lugar: Uma característica particular das necessidades é que nem sempre estão cientes delas, elas se manifestam conforme os indivíduos exigem diferentes satisfatores e apenas em casos extremos, quando a possibilidade de obter o que é necessário é negada, essas necessidades emergem como demandas.

O fato de as necessidades não serem expressas abertamente não significa que não seja possível identificá-las, é importante destacar que as características do espaço em que se encontram movem os indivíduos expressam seu modo de pensar para que neles seja possível buscar as manifestações de suas necessidades, investigando assim o porquê de certas comportamentos. Aqui é importante qualificar um fato, a lógica com a qual o fenômeno se estrutura não surge da mente de quem o analisa, depende da história pessoal e da fundo sociocultural de cada indivíduo, é muito perigoso levantar lógicas alheias à manifestação existencial dos indivíduos, de acordo com a apreciação dos investigador.

É fundamental buscar a explicação do conteúdo do espaço a partir da experiência dos próprios moradores, mesmo quando isso possa parecer ilógico ao pesquisador. As necessidades obedecem à lógica (consciente ou não; manipulados ou livres) da sua origem e dessa perspectiva é necessário compreendê-los.

Oitavo: E como ponto fundamental para a gestão dos espaços. Cada necessidade solicita que você se mova espacialmente.

A necessidade é um fato psicológico, mas ao motivar para encontrar uma resposta surgem condições físicas que ocorrem em um contexto espacial.

Em alguns casos, essa atividade se manifesta e se concretiza em uma reclamação, ou seja, como uma exigência ao meio social e que pode se manifestar a partir de uma solicitação ou mesmo de uma reclamação. Em outros casos, a atividade que dá conteúdo à necessidade não é aberta, representa uma ação realizada quase inconscientemente, na busca de um equilíbrio biopsicossocial. Pode-se observar que, quer se manifeste como demanda ou como simples ação, a atividade que dá conteúdo ao espaço Será apoiado nos antecedentes da realidade que vive o habitante, o que permitirá compreender o seu significado dentro do seu contexto. mesmo.

Em nono lugar: O fato de o ambiente envolvente oferecer aos indivíduos a possibilidade de realizar a atividade espaço requerido de forma satisfatória, ou seja, que habite o espaço, representa a habitabilidade do espaço.

A habitabilidade é uma realidade determinada simultaneamente pelas condições que o espaço possui e pelos pedidos ou exigências que o homem faz dele poder viver, para que o objetivo e o subjetivo se juntem para dar conteúdo a esta dimensão da realidade. Pelo mesmo motivo, ao identificar a habitabilidade do espaço, é necessário recorrer a estas duas dimensões, a das qualidades físicas de as condições materiais de um lugar e os sentimentos, emoções, crenças, gostos que as pessoas têm para viver em um determinado Lugar, colocar.

As necessidades espaciais do homem - Conceitos sobre as necessidades

Sobre arquitetura.

É por esta razão que a atividade de composição arquitetônica requer não só conhecer os elementos construtivos de uma edificação, mas também conheça as necessidades espaciais, administre-os até que possam dar conteúdo às propostas composicionais.

Essas ideias não são estranhas à maioria dos arquitetos, porém, comumente, sob uma lógica matemática e esquemática, eles se propõem a encontrar uma fórmula que explique todas as necessidades. Cometer o erro de formular estereótipos que, ao serem confrontados com a experiência, são inoperantes. Por exemplo, aceita-se a crença de que azul é frio e vermelho quente, aceitando-os como fatos universais, ou acredita-se que isolamento é sinônimo de privacidade.

Pelo contrário, ao mergulhar no estudo das necessidades espaciais, dimensões ocultas são descobertas, características do espaço que são exclusivas de um grupo social e que conferem possibilidades às qualidades dos espaços caleidoscópico.

Edward Hall (), por exemplo, apontou a forma diferente de perceber o espaço que os árabes têm, dos franceses e americanos, evidenciando a impossibilidade de encontrar definições universal.

O arquiteto ao abordar o conhecimento das necessidades espaciais e as composição de espaços que te dão uma resposta deve ter cuidado para não cair na formulação de estereótipos sobre o que o ser humano é, simplificando a forma de habitar um elenco de espaços indiscriminadamente aplicável a todos os tipos de pessoa. Com isso, corre-se o risco de os habitantes, ao não encontrarem os espaços de que necessitam, não encontrarem uma solução para os seus demandas, desenvolvem insatisfação que, além de gerar descontentamento pessoal, causa descrença no trabalho arquitetônico

Então, o problema de satisfazer necessidades espaciais baseia-se no reconhecimento de que cada pessoa e cada grupo social tem uma forma particular de viver e os espaços que um arquiteto projeta devem ser a resposta às suas características.

Mais um alerta deve ser feito, pois, caso se entenda as necessidades espaciais e se chegue a uma boa abordagem, a solução que se oferece não pode ser eterna, as necessidades A realidade espacial e a própria realidade espacial são dinâmicas, mudam, de modo que somente identificando essa evolução constante será possível manter o senso de utilidade oferecido pelo espaços.

A maior dificuldade encontrada pelo arquiteto em desenvolver a "sensibilidade" necessária para identificar as necessidades espaciais é evitar a formulação de estereótipos.

Infelizmente, o senso exagerado de economia que norteia nossa sociedade atual desenvolve o princípio das soluções seriais, levando ao a arquitetura se torna cada vez mais uma técnica de construção e perde sua função de organizar, organizar e criar espaços.

Ao que foi explicado sobre as características das necessidades espaciais, é possível agregar três outras características, não menos importantes que as anteriores.

Em décimo lugar: As necessidades têm uma hierarquia, dependendo das situações internas e externas, existem necessidades que são mais valorizadas do que outras.

Em décimo primeiro lugar: Precisa mesclar. Com um único ato, diferentes necessidades podem ser satisfeitas.

Em décimo segundo lugar, deve-se observar que a forma como é especificado satisfação das necessidades É uma decisão, de fato a satisfação de uma necessidade produz conflito porque obriga o indivíduo a tomar uma decisão sobre qual caminho seguir em face das várias possibilidades satisfazê-los, não só no que diz respeito ao lugar ou objeto que escolherá, mas também a que tipo de necessidade atenderá, já que não poderá fazer tudo o que deseja simultaneamente.

Esta última reflexão levará a uma décima terceira característica muito importante: Da satisfação do tipo de necessidades do tipo de satisfatores específicos, vai depender do funcionamento do indivíduo e da sociedade.

As necessidades espaciais do homem - Na arquitetura

Pensamentos finais.

Aqui deve ser notado que a referida possibilidade de escolher o satisfator para uma dada necessidade não está aberta. O conceito de necessidade não pode ser estudado isoladamente dos de liberdade e possibilidade, porque quando o indivíduo se sente assim, eles lhe são apresentados. diferentes formas de o satisfazer e depende das possibilidades reais, da liberdade com que se pode escolher entre um caminho e outro. ser feito. No entanto, na medida em que seus meios são restringidos de antemão, essa liberdade não existe.

“Só sou livre para escolher entre uma coisa e outra, portanto só sou livre para me adaptar a um sistema regido pela lógica do consumo” ()

Ao refletir sobre essas questões, Luis Rodríguez Morales em seu texto “Por uma teoria do Design” () aponta as seguintes ideias:

  • As necessidades são individuais, mas seu desenvolvimento e os meios para satisfazê-las são histórico-sociais.
  • Para que um indivíduo satisfaça uma necessidade, é necessário que ele tenha possibilidades reais de acesso ao satisfator.
  • A "normalidade" de uma necessidade nada mais é do que a expressão ideológica das necessidades do núcleo social dominante em um dado lugar e tempo.
  • As necessidades expostas ao designer são distorcidas ao representar as necessidades do sistema e não necessariamente as do usuário.
  • A função de um objeto é uma situação complexa, que vai além do simples uso. Uma de suas funções - raramente bem estudada em processos de projeto - é psicológica.
  • As as necessidades mínimas são ideologicamente fixas pelo núcleo social dominante.
  • Para o consumismo não há limite porque se baseia na falta.
  • O usuário busca e estabelece associações problemas psicológicos com os objetos que usa.

Este artigo é meramente informativo, em Psychology-Online não temos competência para fazer um diagnóstico ou recomendar um tratamento. Convidamos você a ir a um psicólogo para tratar de seu caso particular.

Se você quiser ler mais artigos semelhantes a As necessidades espaciais do homem, recomendamos que você insira nossa categoria de Psicologia Social.

instagram viewer