As pessoas com TDAH são mais inteligentes?

A inteligência não está diretamente relacionada ao TDAH, portanto, embora algumas pessoas com TDAH possam ter habilidades específicas que lhes permitem se destacar em certas áreas, não há evidências de que as pessoas com TDAH sejam mais inteligente. Muitas crianças apresentam complicações em permanecer sentadas durante o horário escolar e mostrar comportamentos que possam ser considerados prejudiciais ao desenvolvimento do conteúdo curricular Quantas vezes uma criança já foi penalizada por interromper um professor enquanto ele falava? Como os impulsos corporais aparecem naquele que está prestando atenção? Como é o QI dessas pessoas? Há opiniões muito difusas sobre isso.

Neste artigo do Psychology-Online explicamos se as pessoas com TDAH são mais inteligentes.

Índice

1. Por que as pessoas com TDAH são consideradas mais inteligentes
2. Quão inteligentes são as pessoas com TDAH?
3. Como funciona o cérebro de uma pessoa com TDAH

A sigla TDAH significa transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, o que implica uma patologia de saúde mental que se caracteriza pela presença de impulsividade, falta de controle de impulso junto com dificuldade em manter a atenção por períodos de tempo prolongado. Embora o diagnóstico seja mais frequente em crianças, também pode se estender até a idade adulta.

Além dessas considerações, às vezes existe a ideia de que as pessoas com TDAH são mais inteligentes do que a população média. Isso é verdade se levarmos em conta que seu QI pode ser maior do que outras pessoas. No entanto, impulsividade, hiperatividade e desatenção podem ser fatores que interferem no desenvolvimento da inteligência.

Ao longo dos anos, instalou-se uma crença que indica falta de inteligência em pessoas com TDAH. Muitas vezes, pensava-se que a hiperatividade e a desatenção estavam ligadas à falta de interesse no estímulo percebido. No entanto, isso não é correto, pois os problemas que surgem no quadro clínico são de origem neurológica.

Da mesma forma, as pessoas com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade geralmente não têm desvantagens na resolução de atividades cognitivas, uma vez que têm um nível de inteligência considerável. Se fosse feita uma comparação entre as pessoas com este diagnóstico e as que não o tinham, poderia concluir-se que não existem grandes diferenças entre elas.

Da mesma forma, há evidências que se referem a uma inteligência acima da média em algumas pessoas com essa patologia. Desta forma, é possível demolir o postulado que indica um déficit cognitivo naqueles que são diagnosticado com TDAH, pois hiperatividade e desatenção podem ser compreendidas de outro ponto de vista.

De acordo com várias investigações realizadas, verificou-se que o cérebro de pessoas com TDAH se desenvolve em um período de tempo mais longo do que o normal devido ao amadurecimento de cada estrutura. Tanto o corpo caloso quanto o córtex cerebral, o putâmen, o hipocampo e a amígdala cerebral crescem gradualmente.

Por esse motivo, o cérebro geralmente possui neurotransmissores que têm problemas para se comunicar uns com os outros. Essa explicação daria conta de alguns comportamentos manifestados por pessoas com TDAH. Para aprofundar esse assunto, vamos mostrar como funciona o cérebro de uma pessoa com TDAH:

• foco de atenção atrasado: quando há vários estímulos que provocam uma mudança no foco atencional, os tempos para processar a informação costumam ser mais longos do que o normal. Isso produz uma dificuldade de atenção e concentração que pode variar dependendo da gravidade da condição estudada.
• transmissão neural lenta: Como explicamos anteriormente, a liberação de neurotransmissores gera problemas de comunicação entre eles. Isso se deve a uma complexidade nas conexões sinápticas que se desenvolvem.
• Estruturas cerebrais crescentes: o cérebro de uma pessoa com TDAH pode não ter se desenvolvido nos tempos e formas esperados devido a complicações durante a lactação, gravidez e/ou infância. Esses tipos de problemas têm um papel fundamental para entender o controle dos impulsos, a memória de curto e longo prazo, o desenvolvimento emocional, entre outros.

Este artigo é meramente informativo, na Psicologia-Online não temos o poder de fazer um diagnóstico ou recomendar um tratamento. Convidamo-lo a ir a um psicólogo para tratar o seu caso particular.

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• Aguilar Rebolledo, F., Jiménez Ortiz, M.A. (2021). Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. Revisão atualizada. Revista Medigráfica, 8 (1), 39-49.
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• Associação Psiquiátrica Americana (2013). Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (5ª edição). Arlington: Panamerican Medical Editorial.