O que é ser MACHISTA: definição e exemplos

  • Jul 26, 2021
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O que é ser machista: definição e exemplos

Já faz algum tempo que ouvimos com freqüência a expressão "ser machão", referindo-se a ações ou pessoas. E as situações em que esse termo aparece são as mais variadas possíveis, assim como seus contextos e protagonistas. A presença desse termo em nosso vocabulário reflete como nossa sociedade é estruturada e construída.

Ser machista é se reproduzir ou agir de acordo com a lógica do machismo, certo? Mas que lógica é essa? Como saber se uma situação é realmente machismo? Para que você aprenda a identificar o machismo, você deve saber o que é ser machista. Neste artigo da Psychology-Online veremos o que é machismo e como identificar situações sexistas.

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Índice

  1. Sexismo
  2. O que é ser machista
  3. Como o machismo afeta os homens
  4. Como o machismo afeta as mulheres em números
  5. Como identificar uma pessoa machista

Sexismo.

Para entender o que significa ser sexista, é fundamental compreender o conceito amplo de sexismo e machismo. Não é difícil perceber que essa expressão contém a palavra 'masculino', mas o significado vai muito além. Muito resumidamente, o machismo é um conjunto estrutural de práticas sociais e representações ideológicas que estão diretamente relacionadas com a concepção de

masculinidade hegemônica, a patriarcado Y dominação masculina:

  • Masculinidade 'hegemônica': é a ideia de que existe uma masculinidade dominante, superior, heróica e autossuficiente. Esse conceito também pode ser sustentado por sua tríplice negação, ou seja, tudo o que um homem não deve ser: uma mulher, uma criança ou um homossexual.
  • Patriarcado: é o sistema social que privilegia e enaltece a masculinidade branca heterossexual e reforça os papéis de gênero.
  • Dominação masculina: é a linha de pensamento que sustenta a masculinidade hegemônica, o patriarcado e, por sua vez, o machismo. O sociólogo Pierre Bourdieu foi quem trabalhou esse conceito em um livro de mesmo nome publicado em 1990. De acordo com o teórico, a dominação masculina nem sempre se trata apenas de distinções entre os sexos masculino e feminino, senão com todas as diferenças que hoje representam oposições, por exemplo, ricos e pobres (diferença de classe), colonizadores e colonizados, entre outros, e o resultado desigual de suas relações dicotômico.

Machismo na sociedade

O machismo é uma característica tão impregnada e estruturada na sociedade que se manifesta em todas as classes sociais e culturais, com características diversas.

Deixe-nos também deixar claro que o machismo não é o oposto do feminismo. Embora sejam palavras estruturadas da mesma forma, usando substantivos que representam gêneros diferentes, o feminismo É um movimento de libertação que visa alcançar justiça para as oportunidades e direitos das mulheres em relação aos homens. O machismo, por outro lado, é uma estrutura social em que nascemos e vivemos atualmente, que promove a desigualdade entre pessoas de sexos diferentes.

O que é ser macho.

É muito mais fácil entender o que é não ser macho do que o contrário. Isso porque, como explicamos, o machismo é tão estruturado e impregnado na sociedade patriarcal que, desde o momento em que nascemos, vivenciamos uma normalização da dominação masculina e suas consequências, como papéis de gênero, estereótipos, educação sexual, entre outros.

Ao pé da letra, ser macho é beneficiam dos privilégios que este grupo concede ao lado opressor ou reproduzem este tipo de comportamento. Muito provavelmente, o machismo se manifesta inconscientemente em cada pessoa. Ou seja, as pessoas são sexistas, mas não sabem que são ou percebem isso.

Ser sexista pode ou não ser consciente e nem sempre está associado a pessoas. Os sistemas podem ser sexistas, as leis, as imposições, os produtos da indústria cultural, entre muitas coisas. O machismo pode e deve ser apontado, mas não precisa ser visto como crime, mas devemos levar em consideração Observe que nascemos em uma sociedade machista e que devemos ter uma mente aberta para desconstruir esses Ideias.

De construção

Partindo do ponto de que todos nascemos em uma sociedade sexista, em vez de apontar níveis de sexismo (alguém que é mais ou menos sexista), faz mais sentido pense nas pessoas mais ou menos desconstruídas desse sexismo. A desconstrução é um processo de autocrítica, introspecção e aprendizagem de compreender que o que parece normal, na realidade não é.

Como o machismo afeta os homens.

O machismo sofrido pelas mulheres é muito mais aberto, mas o machismo também atinge os homens, embora seja menos conhecido. O machismo atinge os homens porque pode gerar um complexo de inferioridade em relação aos características exaltadas pelo sistema patriarcal e masculinidade hegemônica.

Alguns exemplos são essas ideias de que os homens não podem chorar ou mostrar medo e outros sentimentos, o fertilidade como demonstração de masculinidade e virilidade, entre outros aspectos do que agora também é eles chamam masculinidade tóxica.

Como o machismo afeta as mulheres em número.

Mas os números não mentem e mulheres são as principais vítimas de machismo. Quando falamos em mulheres racializadas, que não são heterossexuais ou do gênero cis, essas estatísticas são ainda mais alarmantes. Esses são alguns dados relacionados à desigualdade e violência de gênero publicados pela Agência Gender and Number [1] e Agência Patrícia Galvão [2] que abrem a mortalidade do machismo e suas consequências em relação às mulheres e sua interseccionalidade (gênero, raça, classe, identificação e orientação sexual):

  • Em 2017, 67% das vítimas de agressão física no Brasil eram mulheres;
  • Em 2018, o Brasil registrou uma média de 135 estupros por dia;
  • Em 2018, a taxa de homicídios é 71% maior entre mulheres negras do que entre brancas;
  • Em 2019, 97% das mulheres em uma pesquisa disseram que já haviam sofrido assédio sexual no transporte;
  • 3 mulheres são vítimas do feminismo todos os dias;
  • A cada 2 minutos uma mulher registra agressão nos termos da Lei Maria da Penha.

Por outro lado, alguns dados estatísticos para a Espanha de acordo com o Instituto Nacional de Estatística são:

  • Entre 2008 e 2016, 67 homens foram mortos por suas parceiras, em comparação com 502 mulheres.
  • Mais de 2.000 mulheres que morreram violentamente nos últimos 20 anos.
  • Das 48 sentenças proferidas em 2016, 38 envolveram o assassinato de uma mulher (79%) e 10 de um homem (21%).
  • Em 2017, 3.469 mulheres foram vítimas de abuso sexual em comparação com 584 homens, em 98% dos casos o agressor era homem.
  • Em 2017, 1.313 mulheres sofreram agressões sexuais em comparação com 118 homens, em 99% dos casos os agressores eram homens.

Veja outros dados relacionados ao machismo e à desigualdade de gênero na publicação que explica o que é igualdade de gênero com exemplos.

Como identificar uma pessoa machista.

O contexto e a interseccionalidade são fatores decisivos na identificação de um ato, discurso ou pessoa sexista. Se você se identifica como homem, não hesite em perguntar a uma mulher como ela se sente a respeito dessa situação. Ouça ativamente e respeitar o lugar do discurso.

Enfim, estes são alguns questões isso pode ser feito em face da situação para descobrir o que 'cheira a machismo':

  • Se invertermos os gêneros nos papéis dessa situação, aconteceria o mesmo?
  • Existe alguma forma de autoritarismo, superioridade ou dominação nas relações e atos presentes na situação?
  • Todas as pessoas presentes têm ou têm as mesmas oportunidades?
  • Existem funções, estereótipos e funções predeterminadas nesta situação? Qual e por quê?

Desconstruir

As questões acima servem como um guia para uma discussão sobre o tema e identificação de atitudes, ideias e pessoas sexistas. Em caso afirmativo, tome as medidas necessárias (assistência à vítima, denuncie ...) e pratique a desconstrução. Este processo consiste em:

  • Pergunta o grupo dominante e seus privilégios.
  • Autocrítica e introspecção pessoal- Pense nas referências masculinas que você teve ao longo de sua vida.
  • Se você faz parte desse grupo opressor dominante, tente ver essa situação do ponto de vista da vulnerabilidade, com empatia. Neste artigo, explicamos como praticar empatia.
  • Reconhecer seus erros e a dor que essa violência causa.
  • Vá com a mente aberta para desconstruí-lo sempre que surgir uma oportunidade.
  • Reveja essas ideias e permitir que outras pessoas se desconstruam também.

Afinal, o primeiro machismo que deve ser desconstruído é o que está dentro de nós.

Este artigo é meramente informativo, em Psychology-Online não temos competência para fazer um diagnóstico ou recomendar um tratamento. Convidamos você a ir a um psicólogo para tratar de seu caso particular.

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Referências

  1. GÊNERO E NÚMERO. Mapa da violência de gênero. Disponível em: < https://mapadaviolenciadegenero.com.br/ >. Recuperado em 20 de julho de 2020.
  2. PATRÍCIA GALVÃO AGENCIA. Disponível em: < https://agenciapatriciagalvao.org.br/ >. Recuperado em 20 de julho de 2020.

Bibliografia

  • GIRALDO, Octavio. Revista Latino-americana de Psicologia. VOLUME 4 - NÚMERO 3, pág. 295-309 O machismo como fenômeno psicocultural. 1972. Disponível em:. Recuperado em 16 de julho de 2020.
  • GÊNERO E NÚMERO. Mapa da violência de gênero: as mulheres são quase 67% das vítimas de agressão física no Brasil. 11 de julho de 2019. Disponível em: < http://www.generonumero.media/mapa-da-violencia-de-genero-mulheres-67-agressao-fisica/ >. Recuperado em 20 de julho de 2020.
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